sábado, 30 de novembro de 2013

Um dia qualquer na vida de um Professor...

Revoluções, aula prática, preparativos, 6as séries!!!


Revoluções, aula prática, prontos para invadir as ruas!!!


Revoluções, aula prática, cartazes, bexigas e alegrias nas mãos!!!


Revoluções, aula prática, em frente, marchemos!!!


Revoluções, aula prática, o convite!

Revoluções, aula prática, a comunidade alegre raiando o dia!


Revoluções, aula prática, tomando a Praça!


Revoluções, aula prática, a Praça é nossa!!!


Revoluções, aula prática, preparando para soltar as bexigas... 3... 2... 1...


Revoluções, aula prática...


Revoluções, aula prática, voltando para a Escola! A Felicidade de um trabalho feito com Amor.


Revoluções, aula prática, a última curva do rio, e nossa Escola...


Revoluções, aula prática... enfim... o fim (?) ...


Revoluções, aula prática, os professores parando o trânsito!


Revoluções, aula prática, o momento mais difícil de conter as lágrimas, o maior símbolo de nosso trabalho: o abraço das Amigas!!!!


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Um linfoma chamado Hodgkin - VII

Supiro!
Estamos em outubro, quase final de ano. No mês passado completei 49 anos e já digo que estou com 50. Já posso arredondar, prefiro assim. Meio século. Tem um significado intenso, principalmente depois de passar pelo processo deste linfoma chamado Hodgkin.
Preciso agradecer a tantas Pessoas... preciso agradecer tantas Pessoas que eu conheço e que estiveram bem próximas a mim nestes momentos, e preciso agradecer a tantas Pessoas que nem mesmo me conheciam ou me conhecem ou virão e me conhecer e que foram essenciais para a minha vitória.
Esta foi uma das lições que aprendi e que preciso compartilhar: EU NÃO ESTOU SOZINHO! Apesar de ser uma luta pessoal, individual, eu nunca estive sozinho, em nenhum momento. É a guerra, é a batalha, onde o soldado luta sozinho, mas a vitória é algo que está além do indivíduo, a vitória não é do "herói".
Eu aprendi a ver "DEUS", a encontrar "DEUS" de diversas formas. "DEUS" adquiriu um poder e uma abrangência muito maior do que aquilo que reza qualquer religião. Tanto as práticas orientais quanto as africanas enfatizam este "DEUS" que está dentro de nós. Mesmo as religiões judaico/cristãs/muçulmanas, que tem a mesma origem, e que não abandonam suas violências fraternas, mesmo estas religiões tão violentas, sempre dizem, sem praticar, que "todos somos filhos de Deus"... Pois então. Aprendi esta lição.
Uma vez afirmei, para um amigo "crente", que não acreditava na existência de Deus. Ele riu e me respondeu que Deus não precisava que eu acreditasse nele.
Se existe Deus, ele não precisa da minha fé... sou eu que preciso ter fé em Deus... E eu tenho. Eu tenho fé neste Deus presente em toda a história da humanidade, em todas as regiões deste mundo, que se molda para cada povo, para cada lugar, para cada pessoa.
Muitos dirão que estou errado, outros dirão que isto é blasfêmia, vários vão me colocar na fogueira de suas vaidades. Se isto acontecer, eu vou queimar, e minhas cinzas ainda terão, em si, esta essência do Deus que eu conheci.
Cada elemento químico que atuou em meu corpo, provocando enjoos, deixando marcas, para derrotar meu câncer, cada pessoa que participou direta e indiretamente desta longa história que está além da minha história individual. A este Deus presente em cada átomo que se anima, que se move. Agradeço e Vivo!!

Um linfoma chamado Hodgkin - VI


Demorei para postar as mensagens finais... 2013 está sendo um ano bem "rápido", como se o tempo segui-se com uma velocidade maior do que a velocidade de minha vida.
Janeiro e fevereiro foram os meses dos ciclos finais da quimioterapia, e como nos anteriores, segui firme. Os enjoos estavam mais fortes e as veias mais sensíveis. O corpo realmente demonstrou seus limites e o lado "agressivo" do tratamento ficou evidente. Como diz o ditado: dos males, o menor. Nesta etapa já não levei mais meus amigos queridos para me acompanhar. Não achei mais necessário. Apesar da dificuldade, já havia aprendido a lidar com ela e, como é de meu feitio, prefiro enfrentar estas lutas "sozinho"; sozinho entre aspas, pois nunca estive só. Família, amigos, toda a equipe médica, enfermeiras, atendentes, pesquisadores, anjos e mestres espirituais... Esta foi uma grande lição pragmática: a união faz a força!
Março e abril foram os meses da radioterapia. Aqui, um longo parágrafo. Apesar de ser um tratamento mais rápido, senti muito mais os efeitos. São apenas alguns segundos na mesa, mas são horas na sala de espera. São centenas de pessoas passando pelo mesmo processo, que se encontram em um mesmo lugar. É uma experiência muito forte e difícil de ser descrita. Olhar para as pessoas e, com o passar dos dias, conhecer algumas histórias, acompanhar poucas destas histórias, conhecer finais felizes, conhecer finais não tão felizes. Foram dias bastante difíceis, tanto pelo aspecto físico quanto pelo aspecto humano. Aprendi a respeitar muito este "ser" semelhante a Deus. O aspecto das religiões que enfatizam o "DEUS" que existe dentro de cada Pessoa! Mas como já escrevi, é uma experiência difícil de ser descrita, portanto, vou me deter no seu aspecto técnico.
Há todo um processo de preparação, e depois a rotina da espera e do "banho de radiação" - inventei esta expressão agora. O que me encantou foi a tecnologia. Todo o maquinário e as técnicas necessárias que foram desenvolvidas para que este tratamento tivesse seus efeitos e resultados. Durante esta etapa estava finalizando a leitura da biografia de Jean Genet e descobri que este autor que tanto admiro também teve câncer e passou por um tratamento de radioterapia. Obviamente, quando Genet passou por este processo esta tecnologia estava em seus primeiros passos, e o resultado não foi tão positivo. Mas foi bom conhecer sua história e um pouco da história da radioterapia. Gostava de brincar com os enfermeiros comparando aquela máquina enorme a um "transformer"; aqueles robôs que se transformam em carros ou outras máquinas. Brincava com os enfermeiros dizendo que, no final do dia, aquela máquina monstruosa se transformava no carro para que eles voltassem para casa. Era um momento de riso e diversão, que sempre estava presente entre a equipe de enfermagem. Acho que este "bom humor" era essencial para a própria sobrevivência da equipe, em um ambiente tão denso. Em um dia de chuva, o enfermeiro me respondeu que aquela máquina se transformaria em um barco. É muito bom rir nestas horas.
No meu caso foram apenas 20 sessões de radioterapia. Mas este tratamento agride bastante o corpo. São sessões diárias. Não temos pausa para uma "recuperação". É um tratamento mais intenso e direto. As marcas do bombardeamento radioativo aparecem. A pele fica vermelha, os cabelos caem. Como o meu tratamento foi no pescoço, minha garganta ficou irritada, sensível, provocando dificuldade para comer e até mesmo beber. E novamente, o cuidado consigo mesmo é essencial. Apesar do incômodo, em nenhum momento deixei de comer e beber. É preciso fortalecer o corpo, não se pode abandoná-lo à própria sorte. É uma luta interna, nosso ser e consciência com nosso corpo. Os amigos e a família pode ajudar sim, mas é uma luta muito interna. É o nosso corpo que está precisando de cuidado, e apenas nós mesmos temos a capacidade e sensibilidade para cuidar dele. A conversa rápida com os enfermeiros foi de grande ajuda. Expressar as dificuldades, ouvir e acatar os conselhos. Gargarejos, cremes... enfim, muitos cuidados. Não podemos ignorar nada, mesmo os pequenos detalhes.
Nesta etapa eu contava os dias, eu contava as horas que faltavam. Mesmo depois de finalizadas as sessões, os efeitos continuaram... e foi mais de uma semana até o corpo voltar ao seu estado anterior. É uma luta que exige dedicação e força.
Em uma das sessões, pedi para que o enfermeiro tirasse as fotos que estão aqui neste artigo. Ele não queria, argumentou que não era permitido... mas com meus argumentos eu consegui fazê-lo ceder. - Para que você quer uma foto disto? - Para me lembrar? - Se lembrar disto? - Sim! Me lembrar da minha luta e da minha vitória!
Estas fotos são o meu troféu!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

COMO ESBANJAR DINHEIRO PÚBLICO!!!

 
   Neste ano, somente agora consegui um tempo para fazer um novo levantamento de quanto estamos pagando pela responsabilidade de nossos vereadores em 2013. Este é um trabalho demorado e extenso, é preciso tempo e atenção... e não ganho nada com isto, além de compartilhar a minha indignação.
   Até agosto nossos vereadores já gastaram quase 5 milhões de reais, R$ 4.953.020,50. Mas não se iluda, eles não tem prazo para a prestação destas contas. Por exemplo, Marta Costa (PSD) e Milton Leite (DEM), sempre demoram para atualizar suas despesas, pois já conhecem este tipo de acompanhamento de gastos supérfluos de seus gabinetes.
   Apenas com combustível, nossos vereadores já gastaram R$ 206.301,74. Os grandes esbanjadores são Abou Anni (PV), Alfredinho (PT), Aurélio Nomura (PSDB) e Toninho Paiva (PR). Cada um destes vereadores já gastou mais de R$ 7.000 com combustível. Mas como eu disse, este número pode aumentar significativamente. Estes senhores são os que não tem vergonha de demonstrar os seus gastos.
   Outro item que sempre me revolta, e deve revoltar qualquer contribuinte, é o dinheiro gasto com "locação de veículos". Até agora foi R$ 1.087.401,06. Apenas 3 vereadores não fazem uso deste “privilégio”. O Vavá dos Transportes (PT) gasta R$ 3.800 por mês com locação de veículos na DINECAR COMÉRCIO E LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LTDA-ME. E o Ota (PSB) gasta R$ 5.309 por mês com locação de veículos na PCS CONSTRUÇÃO E SANEAMENTO LTDA.
   Com cópias fotográficas (xerox) nossos vereadores já gastaram R$ 52.341,56. Medalhas para Patrícia Bezerra (PSDB), Senival Moura (PT) e Toninho Vespoli (PSOL), que gastaram mais de R$ 7.000 cada um, até agora.
   Com material de escritório, as excelências já gastaram R$ 470.745,32, mais que o total gasto no ano passado (R$ 426.594,05), e os grandes esbanjadores são Senival Moura (PT) com um gasto de R$ 27.498,03 e Arselino Tatto (PT), R$ 26.005,15, ambos foram reeleitos.
   Com “locação de móveis” já gastaram R$ 212.761,20. Neste item Antonio Goulart (PSD) conseguiu gastar, sozinho R$ 20.602,00. Estes vereadores não poupam para seu próprio luxo e conforto, afinal, o dinheiro não sai do bolso deles.
   Com assinaturas de jornais e revistas e compra de livros com o nosso dinheiro, já gastaram R$ 20.053,33. Pena que a leitura não lhes ensine a ter vergonha na cara.
   Depois temos o investimento na construção de páginas pessoais na Internet, hospedagem de sites e certificados digitais: R$ 475.517,92. Muito acima do que foi gasto no ano passado: R$ 272.983,06. A página do Mário Covas Neto (PSDB) custou, até agora, R$ 55.160. E é importante salientar que alguns vereadores "restringem" o acesso a suas páginas para cidadãos que "criticam" sua atuação e seus gastos...
   O item enigmático: gasto com contratação de Pessoa Jurídica. Os vereadores podem contratar assessorias jurídicas e outros serviços. Já gastaram R$ 648.916,97 até agosto, sendo que Noemi Nonato (PSB) e Gilson Barreto (PSDB) já gastaram mais de R$ 40.000 cada um.
   Com contas de telefone, nossas excelências gastaram R$ 146.191,70, sendo R$ 40.657,85 com telefonia fixa e R$ 105.534,35 com telefonia móvel. O Claudinho (PSDB) arrebenta: conseguiu gastar R$ 1.846,55 com telefone fixo e R$ 7.865,85 com celulares, até agora.
   Com despesas de correio, R$ 437.890,57. Temos Abou Anni (PV) como campeão nesta categoria, que conseguiu gastar R$ 70.166,38.
   Com eventos, seminários e agora incluíram "aperfeiçoamento profissional" (ridículo, aperfeiçoar como desviar dinheiro público?), 17 vereadores conseguiram gastar R$ 86.269,85. Em 2012, gastaram R$ 89.383,10. Só o "Dr." Calvo (PMDB) gastou R$ 18.949,59.
   E o item mais impressionante de todos, gasto com Gráficas, que só perde para o gasto com "locação de veículos": R$ 1.078.629,28. E dizem que as campanhas políticas não são patrocinadas com dinheiro público? E todo este dinheiro gasto em gráficas foi utilizado na impressão de livros didáticos e folhetos informativos sobre saúde, trânsito, segurança... E todos nós receberemos um exemplar do livro “Manual do Otário”. Senival Moura (PT) já gastou R$ 56.551,42, seguido de Milton Leite (DEM) com um gasto de R$ 55.524,84.
   No placar geral, 20 vereadores já gastaram mais de R$ 100.000. Os campeões são: Ota (PSB) com R$ 140.825,21; Gilson Barreto (PSDB) com R$ 137.098,18 e Jair Tatto (PT) com R$ 134.829,61. Mas aguardem, o placar pode ser alterado, pois os vereadores não tem prazo para apresentarem suas "despesas".
   Os que menos gastaram (segundo as despesas registradas até agora)... Roberto Trípoli (PV), R$ 38.012,48; David Soares (PSD), R$ 38.061,18 e Marco Aurélio Cunha (PSD), R$ 41.922,94.
   Todas estas informações estão disponíveis na página da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Não estão organizadas para não denegrir a imagem de nossos representantes. A última atualização do site foi feita no dia 1 de outubro de 2013, e a cada atualização estes valores aumentam, mesmo relativo a meses anteriores!
   E é bom lembrar que nas escolas falta papel, nos hospitais faltam equipamentos e nossos policiais não tem coletes a prova de balas. Para nossos vereadores, tudo, para a população, a realidade.
   Outra observação que gostaria de fazer: o limite de gastos de cada vereador em 2012 era mais que o dobro de seu salário, e mesmo com o aumento de 63%, este limite de gasto é superior ao salário do vereador. Salário = R$ 15.000, verba de gabinete acima de R$ 18.000. Imaginem se um professor tivesse o privilégio de ter uma "verba" superior a seu salário para investir em sua própria formação? Imaginem se um médico tivesse o privilégio de ter uma "verba" superior a seu salário para investir em sua própria profissão? Isto é utopia somente para os plebeus. Para a nobreza, segundo o vereador José Américo (PT), isto é chamado de "responsabilidade".
   A quem se interessar, mantenho uma planilha onde atualizo estas informações e terei imenso prazer em disponibilizá-la. Um leitor chegou a comentar que o "vereador dele" não havia sido citado em meu texto... ofereci-lhe a planilha, mas ele não me respondeu.
Fica registrada a minha indignação!

domingo, 22 de setembro de 2013

OS GIGANTES DA MONTANHA do GRUPO GALPÃO!!


Eu sei que não vou conseguir escrever tudo o que pretendo.
Eu sei que não vou conseguir descrever minha emoção, minhas sensações, minhas percepções, meu prazer, meu êxtase. Mas preciso tentar.
Como Genet, sobre a desgraça em Chatila,  "O sentimento no ar, a cor do céu, da terra, das árvores, isto pode ser descrito"; mas nunca a força dos gestos sobre o palco, o brilho dos olhos, a franqueza nas interpretações e a magia que emana no magnífíco espetáculo "Os Gigantes da Montanha".
Preciso revisitar o primeiro trabalho que assisti de Gabriel Villela, "O Concílio do Amor".
Estava em cartaz em São Paulo com um espetáculo infantil e saia do teatro correndo para chegar no CCSP, enfrentar a fila para comprar o ingresso, e viver, por 3 semanas seguidas, aquele encantamento.
Cada gesto, cada olhar, cada detalhe. Era tanto, era tão intenso, que aqueles momentos permanecem em mim apesar de já se passarem mais de 20 anos de vida... Era tanto, era tão intenso, que não parava de falar sobre o espetáculo e, chato que sou, acabei levando todo o elenco que trabalhava comigo para compartilhar aquela experiência.
É assim com "Os Gigantes da Montanha". Uma única vez não basta. É como fazer amor com a pessoa amada. Após o orgasmo desejamos que todo o prazer e encantamento se repita até a exaustão completa do ser.
Paulo André beira o absurdo. É impossível admirá-lo sem se esquecer do que está acontecendo ao redor. Até mesmo o rebolado ao caminhar retirando objetos de cena, na penumbra, arrebatam o olhar e a atenção. Cada gesto, cada respiração, mesmo ocultos, tem o poder de um telescópio! É preciso assistir "Paulo André em os Gigantes da Montanha". Um espetáculo a parte.
Teuda Bara! Suspiro. Como potente rainha em seu trono, como Elizabeth, que tinha todo um reino sob seu comando. Age em nosso sonho sem nos despertar... em seus atos nossos sonhos nunca nos abandonam.
A maravilhosa Inês, e o imponente Eduardo!! A maestria da coluna vertebral do espetáculo, mantendo o eixo e conduzindo toda a emaranhada trama deste corpo gigantesco!
Antonio. Imenso gigante, eterno menestrel.
Conde Arlindo, lindamente senhor, encantador. Mesmo fora do espetáculo, um ser nobre, imerso em mundos que estão além de nossa percepção.
Beto, de uma potência discreta. Com um domínio tão pleno que chega a ser irritante, não irritante no sentido do incômodo, mas no sentido do estimulo.
Julio Maciel, meu eterno diretor. Sempre lindo e encantador. Precisa de pouco, como o poeta, para nos libertar dos fatos.
Lydia e Regina, soberbas cantrizes. O Silêncio, sublime, se estabelece, ao ouvi-las.
Simone! Acho que o trombone é realmente o seu instrumento! Ao vê-lo, inerte, percebemos seu mistério e somos hipnotizados, e ao ouvi-lo nos perdemos em nós mesmos com a força que dele emana.
Arlindo e Simone, são duas pessoas lindas de se ver, mesmo fora de cena. Há momentos em que eles estão em um mundo outro, e só por lhe darmos nosso olhar, somos levados a outro universo, misterioso e sublime.
Luiz Rocha. Não posso deixar de citar Rodolfo Vaz. Sei que não é uma substituição, pois não é possível substituir alguém como Rodolfo e suas mortes. Mas não quero negar que Luiz Rocha ocupou este lugar. Se Rodolfo se Vaz, Luiz é Rocha. Piada infame. Que maravilha vê-lo, menino, neste espaço tão, tão, tão!!!
Em resumo... não... não é possível resumir... são 30 anos... É uma celebração. Uma célebre ação!!!
Uma "contínua embriaguez celeste".
Imensamente grato! Eternamente agradecido!

domingo, 18 de agosto de 2013

FAMÍLIA!!!

     Temos sempre tanta coisa para fazer... tantos planos, tantos sonhos, tantas angústias. E hoje foi um dia em que eu, a Alani e o Marcelo perdemos nosso tempo indo até Embu Guaçu conhecer o Espaço Cultura Hervé de Froberville. Eu ia acampar lá, fazer um retiro cultural, apresentar meu trabalho sobre Clarice Lispector chamado "É" no 2º Festival Multicultural que é realizado neste paraíso terrestre. Mas com a chuva, o evento foi transferido para setembro...
     E como foi bom perder este tempo. Ter este plano frustrado. Conhecemos a Fany de Froberville, e descobrimos que o nome do espaço é uma homenagem a seu pai, que tive o prazer de conhecer e tomar uma cachaça para espantar o frio. De lá, trouxe uma muda de cedro para manter aqui na varanda da minha gruta urbana.
     Eu sou Professor de Histórias e amo tudo o que faço, até as coisas "erradas" rsrsrs. E no meu trabalho com meus alunos estou pedindo que eles apresentem suas atividades em blogs e páginas no facebook. É um risco muito grande abrir as "portas" da Escola desta maneira, mas eu sou abusado. E como não podia deixar de ser, estou também fazendo minha lição de casa, postando alguma coisa no meu blog.
    O tema que estamos trabalhando são as Revoluções, em um momento muito oportuno. Especificamente, trabalhamos com as Revoluções do Século XVIII. Mas hoje vivemos um momento de revolução intensa, e esta revolução está ocorrendo não apenas nas macro estruturas, esta revolução ocorre também nos alicerces destas estruturas, como não podia deixar de ser. Me refiro aqui à "estrutura familiar".
     Em um encontro de Professores ouvimos a frase "não existe mais família", "a mãe tem 3 filhos, cada um de um pai diferente".
     Para nossa alegria e aprendizado, a discussão seguiu e conseguimos entender que a família continua, ela apenas não é do mesmo jeito. A mãe com 3 filhos, com pais diferentes, continua sendo uma família, uma família "ampliada", uma família com uma mãe, 3 pais e 3 irmãos.
     Me desculpem por usar os termos na forma masculina, mas em nossa língua não temos uma derivação para abranger todos os gêneros, não que eu saiba... então, por favor, quando digo filhos e irmãos, podem ser filhas e irmãs, hetero ou homossexuais, ou transgêneros, com todas as derivações que já existem ou que venham a existir. E mesmo o pai e a mãe, me refiro a pais e mães também sem determinação de gênero ou função. Nossa língua é muito limitada, e mesmo tomando todo o cuidado possível, as interpretações não são previsíveis, não é possível termos um controle total sobre o sentido das palavras.
     Então, a Família. Como já é da sincronia do universo, este é um tema que tem habitado meus pensamentos e meu coração. Talvez pelo desejo não realizado de constituir uma família minha. Eu faço parte de muitas famílias, sou um ser nômade. Tenho a minha família de sangue. Mas não consegui constituir uma família que eu possa chamar de minha, ter um filho "meu", adotado. Ainda não.
     Então, me volto para esta história, à Família.
     Eu quero, aqui, registrar minha gratidão e homenagem a todas as famílias das quais eu faço parte. E para demonstrar, ou mostrar este registro, resolvi começar com esta foto com a minha Avó Assunta ao lado de minha mãe, a Libera:


     Os nomes já me dizem muita coisa. Adorava prosear com a Assunta, e se luto intensamente por liberdade, acho que não poderia ser diferente sendo o filho da Libera. No colo está a flor da família, a Maria Rosa. Segurando o cachorro um de meus tios, acho que é o tio Toninho... não sei.
     A segunda foto mostra um grupo reunido, todas as irmãs; em pé, Maria Rosa, Líbera e Lúcia; de joelhos a Ana e o tio Luizinho. Os nomes dos tios, todos no diminutivo, menos o mais velho, que é o Santo:
     Mas o motivo da presença desta foto é o fato de, esta casa abandonada, ser a casa onde este grupo nasceu. As irmãs se reuniram neste dia para fazer esta visita. Não foi para visitar uma pessoa. Foi para visitar um lugar, a casa onde elas nasceram.
     Falando sobre mudanças na estrutura da família, ninguém se importou quando os filhos deixaram de nascer "em casa", para nascerem em "hospitais públicos". A família, neste momento, também era outra.
     E não posso deixar de citar o vô Nicola. É incrível a força que vem de sua memória, tendo estado com ele a meu lado por tão pouco tempo. E minha avó Raquel, a Maruxa, uma pronúncia inescritível rsrs. Sei tão pouco sobre eles, mas sinto tanto a presença deles em minha vida... deve ser o lado místico do vínculo paterno. O vínculo materno é mais orgânico, pela própria natureza do ser.
     Mas chega de revoluções e palavras. Vamos por um ponto final nesta história que não acaba aqui, uma foto de minha Mãe Maravilha e de meu Pai Galã!!

A estas duas pessoas, às vezes tão estranhas, às vezes tão entranhas, em mim, por mim, para mim. Agradeço a Deus!

Valeu Viver.

sábado, 22 de junho de 2013

EM CASO DE TRISTEZA PROFUNDA, SIGA EM FRENTE

Quando me sinto triste, gosto de ficar quieto em minha gruta até a tristeza ir embora.
Mas quando me chega uma tristeza profunda, eu a levo para passear.
Então, tenho alguns lugares por onde gosto de passear com minha tristeza.
[Os amantes de São Paulo, pela foto, já sabem a qual lugar estou me referindo.]

Em São Paulo, um destes lugares, é a Pinacoteca do Estado,
com direito a uma caminhada pelo Parque da Luz.

E como o universo sempre conspira a favor dos loucos e poetas,
me defronto com uma dupla de música caipira cantarolando em um dos bancos da praça:
"levando alegria onde há solidão".

Paro para aspirar a vida que me cerca.
Me sento no chão e admiro as pessoas que me acompanham naquela canção.
Depois de contribuir com uma moeda sigo em frente.

Na Pinacoteca, as deliciosas surpresas sempre novas,
entre elas, o descobrimento de Apeco, um fotógrafo Dominicano.
Além da emoção ao ver suas obras obsorvi também a sabedoria de sua arte:
Segundo Apeco, "arte é descobrimento".

Ele fala sobre a importância da luz em sua obra, mas é à "luz de dentro" que ele se refere.
Sobre a dificuldade de seu trabalho, afirma: "o mais difícil são as histórias",
"o que cada um põe nas imagens", "expressar o que media entre meu ego e meu entorno".
"Meu coração está aí". O meu também.
in memoriam Apeco 1933-2010.

Sigo em frente.
As obras de Vasco Araújo com frases de Padre António Vieira:
"É necessário olhar para o que se vê".
"Só se sabe bem quem se sabe livrar de si".
Finalmente, o objetivo do passeio,
o lugar-ego que venho visitar com frequência:
um dos Atlantes que está no piso térreo da Pinacoteca,
ao lado da entrada do Café.
A mesma imagem está na entrada
do Teatro Municipal de São Paulo, em arenito,
mas é esta, segurando os alicerces da Pinacoteca,
um simples modelo,
a que me representa.
Esta imagem reflete meu ser.

Assim, ao me encontrar,
 me sento em uma das mesas do Café
aberto para o Parque da Luz,
tomo o meu café acompanhado por um quindim,
e abandono a companheira que me levou até este lugar.