domingo, 18 de agosto de 2013

FAMÍLIA!!!

     Temos sempre tanta coisa para fazer... tantos planos, tantos sonhos, tantas angústias. E hoje foi um dia em que eu, a Alani e o Marcelo perdemos nosso tempo indo até Embu Guaçu conhecer o Espaço Cultura Hervé de Froberville. Eu ia acampar lá, fazer um retiro cultural, apresentar meu trabalho sobre Clarice Lispector chamado "É" no 2º Festival Multicultural que é realizado neste paraíso terrestre. Mas com a chuva, o evento foi transferido para setembro...
     E como foi bom perder este tempo. Ter este plano frustrado. Conhecemos a Fany de Froberville, e descobrimos que o nome do espaço é uma homenagem a seu pai, que tive o prazer de conhecer e tomar uma cachaça para espantar o frio. De lá, trouxe uma muda de cedro para manter aqui na varanda da minha gruta urbana.
     Eu sou Professor de Histórias e amo tudo o que faço, até as coisas "erradas" rsrsrs. E no meu trabalho com meus alunos estou pedindo que eles apresentem suas atividades em blogs e páginas no facebook. É um risco muito grande abrir as "portas" da Escola desta maneira, mas eu sou abusado. E como não podia deixar de ser, estou também fazendo minha lição de casa, postando alguma coisa no meu blog.
    O tema que estamos trabalhando são as Revoluções, em um momento muito oportuno. Especificamente, trabalhamos com as Revoluções do Século XVIII. Mas hoje vivemos um momento de revolução intensa, e esta revolução está ocorrendo não apenas nas macro estruturas, esta revolução ocorre também nos alicerces destas estruturas, como não podia deixar de ser. Me refiro aqui à "estrutura familiar".
     Em um encontro de Professores ouvimos a frase "não existe mais família", "a mãe tem 3 filhos, cada um de um pai diferente".
     Para nossa alegria e aprendizado, a discussão seguiu e conseguimos entender que a família continua, ela apenas não é do mesmo jeito. A mãe com 3 filhos, com pais diferentes, continua sendo uma família, uma família "ampliada", uma família com uma mãe, 3 pais e 3 irmãos.
     Me desculpem por usar os termos na forma masculina, mas em nossa língua não temos uma derivação para abranger todos os gêneros, não que eu saiba... então, por favor, quando digo filhos e irmãos, podem ser filhas e irmãs, hetero ou homossexuais, ou transgêneros, com todas as derivações que já existem ou que venham a existir. E mesmo o pai e a mãe, me refiro a pais e mães também sem determinação de gênero ou função. Nossa língua é muito limitada, e mesmo tomando todo o cuidado possível, as interpretações não são previsíveis, não é possível termos um controle total sobre o sentido das palavras.
     Então, a Família. Como já é da sincronia do universo, este é um tema que tem habitado meus pensamentos e meu coração. Talvez pelo desejo não realizado de constituir uma família minha. Eu faço parte de muitas famílias, sou um ser nômade. Tenho a minha família de sangue. Mas não consegui constituir uma família que eu possa chamar de minha, ter um filho "meu", adotado. Ainda não.
     Então, me volto para esta história, à Família.
     Eu quero, aqui, registrar minha gratidão e homenagem a todas as famílias das quais eu faço parte. E para demonstrar, ou mostrar este registro, resolvi começar com esta foto com a minha Avó Assunta ao lado de minha mãe, a Libera:


     Os nomes já me dizem muita coisa. Adorava prosear com a Assunta, e se luto intensamente por liberdade, acho que não poderia ser diferente sendo o filho da Libera. No colo está a flor da família, a Maria Rosa. Segurando o cachorro um de meus tios, acho que é o tio Toninho... não sei.
     A segunda foto mostra um grupo reunido, todas as irmãs; em pé, Maria Rosa, Líbera e Lúcia; de joelhos a Ana e o tio Luizinho. Os nomes dos tios, todos no diminutivo, menos o mais velho, que é o Santo:
     Mas o motivo da presença desta foto é o fato de, esta casa abandonada, ser a casa onde este grupo nasceu. As irmãs se reuniram neste dia para fazer esta visita. Não foi para visitar uma pessoa. Foi para visitar um lugar, a casa onde elas nasceram.
     Falando sobre mudanças na estrutura da família, ninguém se importou quando os filhos deixaram de nascer "em casa", para nascerem em "hospitais públicos". A família, neste momento, também era outra.
     E não posso deixar de citar o vô Nicola. É incrível a força que vem de sua memória, tendo estado com ele a meu lado por tão pouco tempo. E minha avó Raquel, a Maruxa, uma pronúncia inescritível rsrs. Sei tão pouco sobre eles, mas sinto tanto a presença deles em minha vida... deve ser o lado místico do vínculo paterno. O vínculo materno é mais orgânico, pela própria natureza do ser.
     Mas chega de revoluções e palavras. Vamos por um ponto final nesta história que não acaba aqui, uma foto de minha Mãe Maravilha e de meu Pai Galã!!

A estas duas pessoas, às vezes tão estranhas, às vezes tão entranhas, em mim, por mim, para mim. Agradeço a Deus!

Valeu Viver.