domingo, 3 de abril de 2011

Grandes ações para pequenos grupos

"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis."
Bertold Brecht

Hoje estive em um protesto contra a mediocridade de Jair Bolsanaro.
Foi legal! Poucas pessoas, não mais que 30, outros tantos que ficaram um pouco e se foram e mais outro tanto que esteve só de passagem.
Apesar do número pequeno dos que ficaram, foi lindo perceber a grandeza de cada uma das pessoas que estavam ali, mesmo com chuva, dispostos a fazer sua parte.
É pensando neles e aproveitando o que conheço de Hakim Bey (Zona Autônoma Temporária), do Teatro Invisível de Augusto Boal e do trabalho de minha imprescincível amiga Nina Caetano (www.obscenica.blogspot.com) que resolvi propor possíveis ações para grupos pequenos (10 a 50, ou menos):
1. Pequenas Paradas. No lugar das grandes e festivas paradas gays, pode-se, com um pequeno grupo, fazer uma caminhada com "pequenas paradas". Por exemplo: caminhando pela Av. Paulista, uma primeira parada no Conjunto Nacional, um manifesto, um apitaço, uma intervenção cênica, uma ciranda...; caminha-se mais um pouco, até o vão do MASP, outra parada, repete-se o manifesto; caminha-se um pouco mais, até a Casa das Rosas, nova parada, novo manifesto... Centro Cultural São Paulo, nova parada, novo manifesto. Em outro momento a caminhada com paradas pode ser no centro da cidade, shoppings, outros bairros, em qualquer cidade.
1a. Parada com ciranda: levar um aparelho de som, tipo hip-hop, colocar uma ciranda e cirandar. Adereços, camisetas, cartazes e faixas são necessários para explicitar a ideia. A ciranda permite que pessoas que estejam passando pelo local participem da festa e demonstrem seu apoio, sem a necessidade de compromisso com a continuidade do evento.
1b. Parada com ciranda e beijaço no centro da roda: a mesma proposta, mas no centro da ciranda pode-se estar 3 casais; um hetero, um de meninos, um de meninas; misturando cores: negros, mulatos, brancos, índios, orientais, transexuais; um círculo ying, yang, yamp!!!
1c. Parada com ciranda e cena de intervenção: a mesma proposta, mas aproveita-se o centro da ciranda para a apresentação de uma cena rápida, um fato ocorrido, uma cena de violência. Por exemplo, uma cena de agressão onde o agredido retribua com uma rosa... sei lá, criatividade e inspiração não nos faltam! Uma poema, uma notícia, qualquer cena.
Mas as paradas devem ser rápidas, não mais de 15 minutos. Chega, faz, acontece, marca presença e dispersa. A força virá com a repetição e multiplicação da ação com diferentes grupos, em diferentes locais.
EVOÉ!