quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sobre a/o a(r)te/o de Vender Livros

“Eu quase de nada não sei, mas desconfio de muita coisa” Assim Guimarães Rosa nos fala na voz de Riobaldo. Assim também imagino Vendedores de Livros, ou os chamados Livreiros! Não sabem de nada (riso), não tem diploma. Mas podem conversar sobre quase tudo, talvez não profundamente, mas com conhecimento de causa, sim. Livros infantis, infanto-juvenis, juvenis, jovens, adultos, maturidade, qualquer sexo, qualquer religião, qualquer opção ideal... História em quadrinhos, mangas, literatura frívola, literatura clássica, literatura de entretenimento, literatura de reflexão, literatura bela, literatura de horror, literatura policial, literatura de suspense, literatura espírita, literatura de auto-ajuda, biografias e autobiografias... Crítica literária, semiótica, linguística, dicionários, ensino de línguas, guias de conversação, guias de viagem... Poesia. Psicologia, Psicanálise, Neurociência, Auto-ajuda, Saúde Mental... Filosofia Ocidental, Filosofia Oriental, Ciências Sociais, Antropologia, Mitologia, Administração, Direitos, Economia, Informática, Matemáticas, Engenharias... Comunicação, Jornalismo, Reportagens... Teatro, Cinema, Música, Dança, Televisão, Astros, Atrizes, Famosos, nem tão famosos assim, ilustres desconhecidos... Artes, Críticas, Ensaios, artistas plásticos, fotógrafos, artistas pós-contemporâneos que todo mundo como você deve conhecer... E pensei e lembrei e escrevi apenas alguns assuntos neste momento de louca lucidez. Fontes? Gargalhada! Jornais, revistas, televisão, mailing, amigo que me disse... Livros encadernados, livros em brochura, livros de bolso, livro eletrônico, livro esgotado... E quanto se paga por este conhecimento? Quanto vale este conhecimento? No Brasil, um Vendedor de Livro, ou Livreiro, não vale o prato que come, não vale o livro que lê. Um Livro pode ser como um remédio, ou droga... não se vende sem receita ou se toma só por ser atraente. Existem efeitos colaterais. Vide a recente discussão vazia sobre livros escolhidos para compor bibliotecas escolares. Um Vendedor de Livros pode ser como um mecânico que troca peças sem necessidade para ganhar mais dinheiro. Assim, um país que se proclama caminhando para um desenvolvimento mantém aqueles que garantem a fonte e o fluxo do conhecimento a toque de fome, sem perspectivas, sem crédito em seu trabalho. Assim os dirigentes neste mundo se iludem sobre um futuro promissor. Este futuro não virá enquanto cada um de nós não tiver seu devido valor! Este futuro não virá enquanto o acúmulo de riquezas for mais importante que a diversidade da riqueza humana. Este futuro não virá enquanto todos os seres humanos não tiverem acesso à dignidade, ao conhecimento e reconhecimento de ser quem é, como é. Simplesmente, penso eu, este futuro não virá.

2 comentários:

Bogado disse...

Pois é, esta coisa de vender livros da o que falar

Raquel disse...

Vender livrso, infinatamente melhor que vender uma série de outras coisas...