Diz-se
que a expressão “a emenda saiu pior que o soneto” envolve um jovem
aspirante a escritor e Bocage. Em uma ocasião, o jovem solicitou a
Bocage que fizesse anotações em um de seus sonetos, assinalando os
erros. Futuramente, Bocage devolveu o soneto sem nenhuma anotação sob a
justificativa de que seriam tantas as correções que “ e emenda ficaria
pior que o soneto”, consolidando a expressão que se transformou em
ditado popular.
Todos
já tivemos nossos sonetos. Aqueles em que as emendas se tornam bola de
neve e que nos mostram que o quanto antes voltarmos atrás melhor será.
Não é verdade?
Hoje
nosso principal soneto ruim é o intento golpista de Temer e que
sabemos, ele não pretende abandoná-lo. Sabemos que mesmo que um surto de
grandeza ocorresse, isso não seria possível pela quantidade de acordos
escusos com o qual já se comprometera
Assumir
a peripécia antidemocrática mesmo que sem volta é, contudo, ainda
melhor que qualquer tentativa de reparação ou legitimação como as que
vem ocorrendo de maneira descarada. As tentativas de esconder seu nome
em eventos, bloqueios de perfil no facebook, e a massiva tentativa de
conter vaias e manifestações contrárias são exemplos de emendas que
tornam seu péssimo soneto muitas vezes pior que o original.
As
respostas são piadas das mais diversas, memes de internet, vídeos
documentando a truculência da polícia retirando inofensivos cartazes de
“FORA TEMER” e o aumento do número de descontentes documentados com uma
riqueza sem precedentes na história.
Assim,
o soneto do jovem escritor e a tentativa de golpe tem algo em comum:
ambos tomarão o mundo e continuarão marcados na história. A diferença
reside no fato do jovem escritor ter ficado anônimo e de que Temer
carregará a alcunha de golpista por toda a sua vida e futuras gerações.
por Alexandre Carrasco (https://medium.com/@alexandrecarrasco/quando-a-emenda-saiu-pior-que-o-soneto-652ba1c74ff4#.xq0dhvgzo)
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