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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Expressões Ocasionais - Apresentação

"... O eu que fala e se mostra incansavelmente na web costuma ser tríplice: é ao mesmo tempo autor, narrador e personagem. Além disso, porém, não deixa de ser uma ficção; pois, apesar de sua contundente auto-evidencia, é sempre frágil o estatuto do eu. Embora se apresente como 'o mais insubstituível dos seres' e 'a mais real, em aparência, das realidades', o eu de cada um de nós é uma entidade complexa e vacilante. Uma unidade ilusória construída na linguagem, a partir do fluxo caótico e múltiplo de cada experiência individual. Mas se o eu é uma ficção gramatical, um centro de gravidade narrativa, um eixo móvel e instável onde convergem todos os relatos de si, também é inegável que se trata de um tipo muito especial de ficção. Pois além de se desprender do magma real da própria existência, acaba provocando um forte efeito no mundo: nada menos do que eu, um efeito-sujeito. É uma ficção necessária, pois somos feitos desses relatos: eles são a matéria que nos constitui enquanto sujeitos. A linguagem nos dá consistência com relevos próprios, pessoais, singulares, e a substancia que resulta desse cruzamento de narrativas se (auto)denomina eu." (in O SHOW DO EU, de Paula Sibila, Nova Fronteira, 2008, pg 31.) Assim... aqui... expresso meu eu, exercito (não exército) meu eu, através de expressões ocasionais do que leio, do que vejo, do que vivo!