sábado, 21 de julho de 2012

Belém, conhecendo um pouco de nossa história

Museu de Arte e Museu Histórico
     E começando mais um dia. Na segunda-feira os museus não abrem, portanto, hoje, será o dia deles. Aqui temos o Museu de Arte e ao fundo o Museu Histórico. O prédio do Museu Histórico era a antiga Casa dos Governadores. Foi daqui que saiu o primeiro Círio de Nazaré, pois o governador da época foi curado pela graça da Santa e lhe fez a promessa do Círio. Assim, ele convidou a população para a celebração e, logo nesta "estréia", 9.000 pessoas compareceram. Depois do sucesso a igreja tentou impedir a continuidade da cerimônia mas o povo sempre se revoltava contra as determinações da igreja e realizada o Círio mesmo com a proibição dos padres e bispos.
Museu de Arte de Belém
     
Não se pode tirar qualquer foto dentro do Museu Histórico, nem mesmo do Hall, que é magnífico, com seu lustre em bronze, as escadarias suntuosas e os vitrais. Infelizmente esta imagem vai ficar apenas na minha memória. Os salões do Museu Histórico também são magníficos.
     No Museu de Arte também não são permitidas fotografias, mas pelo menos me deixaram fotografar o hall, as escadarias de acesso ao Museu. Fica esta foto como referência da grandiosidade do lugar.


Igreja de São João Batista
     Atrás do Museu Histórico fica esta pequena Igreja, Igreja de São João Batista, obra do arquiteto italiano Antonio Landi. Este arquiteto é muito conhecido em Belém e possui um salão dedicado a sua história e sua obra no Museu Histórico.

     Dentro da Igreja de São João Batista, dois quadros, um de cada lado da igreja, um com a imagem de São João anunciando a vinda de Cristo, no outro sua cabeça na bandeja para Salomé.














Museu de Arte Sacra e Igreja de Santo Alexandre
     Outro lugar magnífico que tive o prazer de conhecer foi o Museu de Arte Sacra e a Igreja de Santo Alexandre. Aqui todas as obras tem uma iluminação em foco, especial, e a igreja fica em penumbra para não prejudicar o madeiramento, todo escuro, restaurado, mas sem sua cobertura com folhas de ouro. Sua força está em sua história, pois todas as obras em madeira foram esculpidas por nativos escravizados. A monitora do Museu, a Tainá, demonstrou um conhecimento e carinho por sua função que me deixou encantado. Aqui também não são permitidas fotografias.

Casa das Onze Janelas
     Na mesma praça em que encontramos a Catedral Metropolitana e o Museu de Arte Sacra, está a Casa das Onze Janelas, ao lado do rio. Infelizmente sua visitação só é permitida a partir da quarta-feira.


     Entre o Museu de Arte Sacra e a Casa das Onze Janelas, encontramos o Forte do Presépio, ou Forte do Aquartelamento. Neste local está a origem do povoamento de Belém e do Amazonas.


     Este forte já foi objeto de inúmeras pesquisas arqueológicas e mantém um pequeno museu que nos mostra todo o trabalho que foi realizado. É o único lugar onde encontrei alguma referência aos povos indígenas que habitavam esta região antes da dominação portuguesa.

     Abaixo, uma vista do Ver o Peso e das Docas a partir do Forte.


     Nesta foto tirada de dentro do forte, vemos, logo em frente, a Catedral Metropolitana. Um exemplo claro da combinação Estado/Igreja para estabelecer o domínio desejado.
     O que mais me incomodou em toda este passeio foi a completa ausência de monumentos ou obras retratando os verdadeiros fundadores de nosso país, os habitantes originais desta terra. O que vemos são os símbolos de dominação, o nativo sempre ajoelhado e recebendo "as bençãos" de seus dominadores e assassinos. É a típica história dos vencedores. Será que um dia teremos realmente orgulho de sermos filhos de Pindorama? Será que um dia seremos capazes de questionar nossa nacionalidade, não mais como dominados e batizados por europeus?
     O que temos é apenas uma história da Europa na América.

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