sexta-feira, 20 de julho de 2012

Manaus

     Do aeroporto ao centro arrisquei o ônibus e foi super tranquilo. O ônibus comum, R$ 2,70 e uma van a R$ 4,30, com ar condicionado. A van passou primeiro e foi uma viagem quase como um táxi pois éramos eu e apenas mais um passageiro. Melhor que os R$ 40 a serem pagos por um táxi "comum".
     Já havia pesquisado alguns hotéis. No centro da cidade existem muitos, alguns mais simples, outros com um pouco mais de requinte, mas o preço é sempre inferior a R$ 100 a diária com café da manhã. Alguns, mais sofisticados, pode chegar a R$ 120, mas não vi nenhum acima de R$ 150. E com alguma conversa o preço fica ainda melhor. Optei por um hotel bem simples, R$ 70 a diária, com ar condicionado, tv e café da manhã. Não pretendia ficar muito tempo dentro do hotel, era dormir, tomar banho, deixar a mochila e pertences.
     Bem, era uma tarde de domingo. A cidade estava em cesta... poucas pessoas pelas ruas, muito calor, tudo fechado. Foi até difícil encontrar um lugar para comer. Já era tarde para o almoço, muito cedo para o jantar. A solução foi um lanche bem gostoso, um X Picanha por apenas R$ 8, e um açaí no copo, de sobremesa, um picolé.
     Depois da refeição a alternativa foi ficar no quarto de hotel, protegido do calor pelo ar condicionado, vendo tv a cabo. Em Manaus, um autêntico domingo paulista.
     Neste quarto, o cheiro dos pensamentos, o descanso embaçado pela excitação do lugar desconhecido instigado pelo querer conhecer. Quando a luz do dia deixou de clarear o quarto, um banho espantou a letargia. Troca de roupa, perfume, agrados para a pele e rua.
Teatro Amazonas
     Ao chegar na Praça do Teatro Amazonas a cidade já estava repleta de vida. Palcos espalhados pela praça ofereciam magia, música e dança. Mas a majestade deste momento era o Teatro, ainda mais vê-lo com a noite e suas luzes. Foi quando notei uma fila e me veio o pensamento: por que não assistir a um espetáculo? Ao me aproximar já tive a agradável surpresa de ser um espetáculo gratuito, era só pegar a fila e entrar. Para maior alegria, haveria uma apresentação da Orquestra de Violões do Amazonas. Tive até um tempo gostoso para admirar os detalhes do Teatro, a boca de cena, as frisas, o teto, as cadeiras de madeira, confortáveis e belas.
Teatro Amazonas
     Estar ali já era algo sublime e ficou ainda melhor quando anunciou-se o repertório da noite, dedicado ao Folclore Regional. Para quem sempre evita o afogamento em meio a tanta música ruim e aos tec-tec-tecs doentios do dia-a-dia, a apresentação da Orquestra de Violões do Amazonas foi um balsamo. E não foi apenas o agradável da música, que foi excelente. O repertório apresentou canções de alguns dos Festivais da região. Fora o já globalizado Festival dos Bois de Parintins, tive o imenso prazer de saber sobre o Festival do Peixe Ornamental de Barcelos, com os peixes Cardinal (azul e vermelho) e o Acará-disco (preto e amarelo) - http://www.barcelosnanet.com/2012/01/festa-em-barcelos-am-xviii-festival-do.html. E também  o Festival de Cirandas de Manacapuru - http://portalamazonia-teste.tempsite.ws/sites/ciranda/conteudo-menu.php?idM=2551.
     Soube que também existe um festival de tribos indígenas. É muito bom descobrir toda esta riqueza cultural que se perpetua apesar do grande império da mediocridade.
Orquestra de Violões do Amazonas
     Um dos pontos mais sublimes da apresentação, para meu gosto, para minha alma, foi o canto da Iara que é uma das canções do Boi Caprichoso. No palco, Karine Aguiar (de branco) fazia a canção, e Míriam Abad (de preto) fazia a voz da sereia. Por sintonia, nesta noite, vestia bermuda e camiseta azuis e não tive dúvidas, eu sou Caprichoso.
     Do Festival do Peixe Ornamental de Barcelos, há o Cardinal, que gosta de navegar, mas gostei mais do Acará-disco que, pela canção, gosta de desafios.
     Suspiro. Um espetáculo belíssimo, grandioso, em todos os aspectos.
     Obrigado Amazonas!

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